A Última Noite

E quando a noite chega à vida

eu temo que amar teu negro manto,

ira fazer-me olha-la dividida

e desprezar todo o teu encanto.

Mas apesar dos pesares eu amo

teu negrume aveludado e macio

que estremece a carne, mas como

a noite é um caminho oco e vazio,

larga-me no tempo e nas aspirais

do desengano, neste eterno balanço,

aonde eu gozo gozos sem iguais

e me embalo no seu suave remanso

embevecido por sombras e luzes

que se intercalam em eternos finais.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 16/01/2019
Reeditado em 19/02/2019
Código do texto: T6552365
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