Anoiteceu lesto lá nas terras do sem fim...
O vento uivava nos ouvidos da mangabeira
De companhia, só a solidão costumeira
E a saudade de tempos que floriam os jasmins.
Noite sem lua; a escuridão turva se condensava
Deixando seu mundo mais triste e sombrio
Na alma um corte... Uma sangria... Um frio...
De forma que cousa alguma a acalentava.
Um desespero, uma dor, um desamor imenso
Lá fora o pássaro negro grasnava, louco
Mais um alucinógeno_ mortal e denso...
Nunca mais... nunca mais... parecia ouvir
Nunca mais uma migalha de alegria n'alma
Nem poesia alguma. Nesta vida ou no porvir!
Anna Corvo
(heterônimo de Elisa Salles)
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