Que seja leve
Quando minha energia partir,
E, meu corpo for ao chão...
E, se desfizer
Em poesia
Diga as moneras
As memórias, e as células,
Que se desprendam
De mim...
Diga, que não tenho
mais vaidade,
Pois, minha vida
Foi poesia plena...
E, que seja então, breve.
Quando sob a terra,
Eu for descansar,
Que seja leve,
E, seja poesia...
Diga para o céu,
Que não precisa
Chorar...
Digam aos poetas,
Que com versos,
Me saúdem,
Num brinde
Em um balcão
De bar,
Ou em rimas,
Pelas esquinas
Digam as putas,
Que não se calem.
Digam as almas,
Que tenham calma...
Pois, destilado,
E, do outro,
O cinza será
Sempre feito de poesias...
Digam as flores
Que não me contemplem,
Em um sepulcro.
Pois, em vida,
Me saciaram
Com aromas,
Versos, e cores...
Em uma tarde de frio,
De um dia, que como,
a noite,
Estará trajando
Luto...
Mas, não por mim,
E sim, por tudo,
Pelos versos
Em surto.
Pela casa vazia,
Pois, eu não mais
estarei aqui,
Enfim...
Ou seja
Me curta
Em vida!