Sobre um dia de cansaços despenca o tempo
O mesmo tédio das horas mortas de amor...
Pronto silenciar das vozes de carícias no vento
Ausência do beijo, do toque_ Triste rancor!
Quando a solidão é imensa, corrói a vivência
E o verso antes doce, hoje é amargura em dor
No rosto a fadiga é clara e morta de resiliência
Arrasta-se os pés na poeira, imersa em torpor.
Já não se encanta com os risos claros da criança
Nem mesmo o mar azul acalma a melancolia
Oxalá ressuscitasse na alma a esperança!
Nada há que se esperar da noite que principia
Exila-se do mundo sem ouvir a nota da canção
Morto é o sonho. De quimeras vive a poesia.
Imagem: Pinterest
Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles )
03/01/2018