Quando a madrugada pesa, o sono foge
Sou uivos de silêncios de solidão. Agonia
Um pesar enxarca a alma de um frio medo
Quietude. Me esquivo. Mórbida fobia...

Lembranças de noutroras vasculham minh'alma
Na penumbra fantasmas sussurram lamentos
Aquieta-te o desespero, me digo. Acalma!
Por onde infernos vãos vós, meus pensamentos?

E o som do teclado ecoa pelos cantos do quarto
Desesperadamente busco o alento no poema
Não sei se fico e termino o verso, ou se parto.

Prescruto a possibilidade ainda tardia da aurora
Pelas frestas da cortina, temerosa busco a luz
Mas a escuridão ainda é densa. Aqui e lá fora!

Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)
Imagem: Pinterest 
 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 25/12/2017
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