Adormeceram-me os sonhos belos, joviais
Já não creio em céus azuis de andorinha...
Ouço o grasnar do bicho preto: " Nunca mais"
Porque,digam-me, a maldição se avizinha?
Por ventura sou uma vil pecadora, óh, Deus?
Que mal fiz eu, senão nascer neste mundo
Sem a cortesia da piedade dos filhos teus
Mas já rastejam sobre mim o verme imundo!
Macabros tempos despejam-se sobre mim.
Arrasto-me sob as horas do terrível carga
de uma noite de insônia.__ Fria e sem fim!
E de que adiantará inquerir a razão de tais ais?
Se não há quem se atenha à minha dor amarga
Somente vozes espectrais do inferno e nada mais!
Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)
Já não creio em céus azuis de andorinha...
Ouço o grasnar do bicho preto: " Nunca mais"
Porque,digam-me, a maldição se avizinha?
Por ventura sou uma vil pecadora, óh, Deus?
Que mal fiz eu, senão nascer neste mundo
Sem a cortesia da piedade dos filhos teus
Mas já rastejam sobre mim o verme imundo!
Macabros tempos despejam-se sobre mim.
Arrasto-me sob as horas do terrível carga
de uma noite de insônia.__ Fria e sem fim!
E de que adiantará inquerir a razão de tais ais?
Se não há quem se atenha à minha dor amarga
Somente vozes espectrais do inferno e nada mais!
Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)