NAVIO DE SOMBRAS
Como é difícil a noite
Neste teu mar de segredos
Escura, em cada chuva um açoite
Razão sombria dos meus degredos
Tantas vezes meu amor declamei
À beira d'água, lancei minha voz ao vento
Da proa do navio se ouviste, nem sei
Fiquei lá salgando um sorriso lento
Ele ouviu só está disfarsando, pensei
Cinquenta anos já se passaram
E toda noite à beira do mar, eu estou
Sempre a espera, do amor que as marés levaram
Onde a névoa das lágrimas doídas, foi o que restou
Os fantasmas do passado, são como ondas de dor
Que vem e vão sem controle ou parcimônia
Nem sei como sobrevivo, sem teu estranho amor
A maresia com olor de baunilha, hoje é só amônia
Meu olhar não tem paz, somente estupor
Cada dia, mais areia preenche meu ser vazio
O sal cristalizado, granula o sofrer do meu peito
Em cada noite de mar, mais meu coração fica frio
Ainda assim, ali sempre volto, não tem jeito
Como é difícil a noite
Neste teu mar de segredos
Escura, em cada chuva um açoite
Razão sombria dos meus degredos
Tantas vezes meu amor declamei
À beira d'água, lancei minha voz ao vento
Da proa do navio se ouviste, nem sei
Fiquei lá salgando um sorriso lento
Ele ouviu só está disfarsando, pensei
Cinquenta anos já se passaram
E toda noite à beira do mar, eu estou
Sempre a espera, do amor que as marés levaram
Onde a névoa das lágrimas doídas, foi o que restou
Os fantasmas do passado, são como ondas de dor
Que vem e vão sem controle ou parcimônia
Nem sei como sobrevivo, sem teu estranho amor
A maresia com olor de baunilha, hoje é só amônia
Meu olhar não tem paz, somente estupor
Cada dia, mais areia preenche meu ser vazio
O sal cristalizado, granula o sofrer do meu peito
Em cada noite de mar, mais meu coração fica frio
Ainda assim, ali sempre volto, não tem jeito