PLACEBO

Treme o chão sob meus pés
Mas, o mundo está parado
Não há no tempo um revés
Nem ninguém ao lado

Meu semblante não tem cor
Morena face tão pálida
No coração desprezado amor
Sem beijo de boca cálida
E tanto carinho a dispor

Meus joelhos quase dobram
O peito tão fundo, abissal
De mim tudo cobram
Não sou gente talvez um animal

E porquê desse ser não desisto?
Se dele nem carinho recebo
Não sei por quê nesse homem eu insisto
Aceitando seus restos como placebo
E sem ele nem sei se existo...
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 18/11/2017
Reeditado em 23/11/2017
Código do texto: T6174945
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