À DERIVA DOS SONHOS
Leva seu barquinho pelos profundos oceanos
Tantos ecos, segredos que não o alvorecem
É madeira podre largada neste mundo profano
Náufragos sonhos de "amanhãs". Hoje perecem!
Os ventos cessaram de urgir suas indignações
Mas a neblina persiste. Nimbosa ameaça furtiva
Não há prelúdios de placidez. Torpes ilusões...
O porto?_ Inseguro. Baixem as velas. À deriva!
E se os monstros das águas não comer-lhe a carne
O pobre nauta ainda assim, não se dará por feliz
Se permite à si um riso, logo o vendaval o varre!
Segue, no desalento das horas mudas. Irracionais...
Conceber o que meu Deus? Nada há além de tudo.
Segue a embarcação, vazia de amores. Cheia de " ais"!