SOB A LUA DE SANGUE

Quando as trevas surgem num céu intenso

As estrelas brincam, insanas. Tão indolentes...

A solidão bafeja seu candelário de incenso

É quando o poeta escreve o que só ele sente

E o bardo sente a dor. "vê" os gritos vorazes

Sofre a inquietude das ruas cheias de dor...

Apilhadas de almas nuas, viventes cadáveres.

Um copo, um cigarro. Um coito vazio de amor.

E urgem as palavras rascunhadas no papel

Folhas se apilham na lixeira ao lado...

Como fazer poesia da desgraça, Deus do céu?!

Mas ele verseja. Porque isso compensa por

não poder matar o bicho que corrói os seres...

...E a noite segue. Lua de sangue e torpor!

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 02/07/2017
Código do texto: T6043583
Classificação de conteúdo: seguro