SOB A LUA DE SANGUE
Quando as trevas surgem num céu intenso
As estrelas brincam, insanas. Tão indolentes...
A solidão bafeja seu candelário de incenso
É quando o poeta escreve o que só ele sente
E o bardo sente a dor. "vê" os gritos vorazes
Sofre a inquietude das ruas cheias de dor...
Apilhadas de almas nuas, viventes cadáveres.
Um copo, um cigarro. Um coito vazio de amor.
E urgem as palavras rascunhadas no papel
Folhas se apilham na lixeira ao lado...
Como fazer poesia da desgraça, Deus do céu?!
Mas ele verseja. Porque isso compensa por
não poder matar o bicho que corrói os seres...
...E a noite segue. Lua de sangue e torpor!