Ahh, vida terrível, ingrata e impiedosa
Porque se recusa a dar-me a hora final?
Obriga-me à permanecer neste pântano sombrio
Quando me recuso a navalha? Fim de tanto mal?!
Quando foi que rezei pedindo esta estadia vil?
Quando foi que apelei por novos sóis e novas luas?
Não vês que não suporto mais esta vivência?
Á mim, a tão desejada morte, apenas se insinua...
Aguardo com ânsias meu derradeiro suspiro...
O eterno silenciar da minha voz. Plenitude e alívio!
O não mais dor. Anestesia total para os meus lamentos.
Mas o tempo é lento...Arrasta-me na loucura das horas!
Não grito mais. Ninguém há de ouvir-me em meio às brumas
Sou tal qual alma vagante, em vida, à mercê dos ventos...