Nunca fui uma mulher de alma leve e solta
Corri atrás da graça, mas não sorvi leveza no ser
Meus caminhos são cobertos por espinhos e dores
Trago nos ombros a loucura do mundo, a dor do viver!
Ninguém nunca ofertou-me rosas ou bromélias
Pedras e espinhos, foi tudo o que sempre colhi
Errei em semear flores em solos inférteis e secos
Tudo o que recebi: Indiferença e frieza sem fim!
Eis o porque dos meus versos negros e infelizes
Onde a poesia não questiona meu lamento
Não me fiz filha das sombras. Sou fruto da tristeza!
Por isso, não se atentem pela aspereza das minhas palavras
Perdoem-me se derramo minha amargura no papel
Mas adaptei-me à escuridão. Nela mora minha beleza.