Noite escura
A coruja pia no galho da castanheira
Um corvo. Noturno?
Paira sobre minha cabeça vazia de constância. 
Há espectros à rondar minha alma fraca
O que querem de mim?

Por ventura já não tragaram minha alegria?
E toda a confiança que outrora eu tinha em mim?
Porque prescrutam meu ser vazio?
Porque agouram o pouco de ternura que restou em mim?

Já não sou a mais amaldiçoada das almas viventes?
Aquela cuja culpa e o tormento já tomou sobre seus ombros?
Quando poderei espiar meus pecados vis?
Quando descansarei minha consciência, enfim?
Será a morte meu único descanso?
Digam-me óhhh, seres da escuridão
Fujam de diante de mim!
òhhh, corvo maldito, voe para as terras do sem fim!

Por ventura não há outros espíritos para atormentar?
O que há em mim que de mim não se cansam?
Não haverão outros seres dúbios? 
De psiquê atormentados, prolixos, instáveis?!!!
Voe até eles, óh, corvo negro e proscrito!
Vá assombrar aqueles que ainda não conhecem à ti.
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Mas de mim não se cansa não?
Minha loucura é o teu alimento.
A massa cinzenta onde bicas e te sacias, impiedosamente
E porque não gritas, óhh criatura cinzenta e proscrita
NUNCA MAISSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!
Gritaste um dia, não poderá piar jamais?
...A noite está fria.
Eu desisto.
Como não podes gruir , ave agourenta,
Grito eu, com as forças que me restam.
Nunca mais.
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 08/12/2016
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