Como que o poeta verseja em meios
às labaredas do inferno?
Não sente o fogo que queima,
abrasa a alma,
rouba a calma?

Então o poeta é alienado?
Louco?
Desatinado?
Não.
...Ele é aquele que encontrou paz
num mundo longínquo,
no tempo das palavras,
onde nada nem ninguém lhe toca.
Lá ele se faz inacessível à toda miséria
À todo infortúnio desta terra de espiação.

É então o poeta, covarde, posto que foge?
De forma alguma!
Talvez o poeta seja o mais bravo ser que há!
Caminha em meio às brasas
com sua caneta em punho,
extrai beleza do caos
e na poesia
torna suportável sua agonia.
 
Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 06/12/2016
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