Senhora das Passagens
Sinto demônios dentro de mim
Eles falam comigo
E então
Eu posso ver o abismo
De mim mesma
E todo breu que não se mede
No tempo espaço
Me cala
O silêncio absoluto me congela
Eu não consigo me mexer
Eu tenho uma estranha sensação
De estar sendo vigiada
À todo momento
Por algo que não posso ver
Essa sombra me desvitaliza
E eu sinto uma sensação fúnebre
Além de todo ódio na velocidade da luz
Me deixa cega
E me transforma
Me jogo nesse meu Eu
E me mutilo sem sangrar
Mas a dor, eu sei que é bem pior
A cada chamado
Já posso ouvir o canto dos abutres
Eles estão nos sepulcros
Me aguardando.