DERRADEIRO SUSPIRO.

O DERRADEIRO SUSPIRO

Fecharam-lhes as fronteiras, és a hora derradeira, a carranca destemida, foi chegando sorrateira em seu ombro batendo, nesta hora de tristeza em meio a uma nevasca, em um momento sombrio sua sombra poucos a pouco, na natureza sumiu.

Revidavas indo forra não quero ir embora quero ficar mais um pouco, adie este momento minha hora não chegou, desafiando a morte, resistindo em braços fortes, não vou, não vou, não vou.

Não quero deixar este mundo, minha vida divertida, minhas mulheres queridas minhas coisas nesta terra, tais prazer não encontro lá, minha vida abundante, pois não quero definhar-me a ponto de acabar.

Não quero ser assim ceifado, me poupe mais um instante a morada no horizonte terá que se adiar não morro, não morro, não morro, esta minha negra sorte, em brado gritos fortes quer assim me exterminar.

- Calma meu amigo e companheiro, cai na real, você ainda não acordou? Não sentirás saudade disso que você deixou pode ter certeza que isso já ficou pra trás, nestes mundos dos mortos agora é seu habitar.

- Como assim?... Não entendi, Eu já morri?, Explique-me isto direito, não vou ficar deste jeito, quero acordar pra vida, quero sentir como outrora, minhas madrugadas a fora de volta nos bares bebendo, quero de novo existir.

- Olha rapaz teimoso, não me tire do sério, caso continuar a persistir vou te jogar no calabouço, você agora esta morto, isto terás que consentir, nada tenho com isso que você já mencionou...

...Esta vida mal regrada nestes bares e boates, neste ambiente promíscuo junto com a mulherada noite à dentro dia à fora aqui você não terá, esquece isso tudo, sua vida já se foi.

Aqui você nada pode, por favor relaxa e goze, não adianta chorar, aqui não tem moleza, você a mim pertence, senta aqui no meu colo, fique você sabendo, neste lugar dos infernos, agora vais enfrentar a dureza.

Autor Antônio Herrero Portilho/14/8/14