" CATALEPSIA"

“Catalepsia"

E o plúmbeo da noite me tragou

Em sua insidiosa voracidade

Gritos soam como estertores gorjeios

A harpia voejou

Rasante rapinou todos os sonhos d'ouro

Encapsulada em cortante catre agora estou

Minhas solertes mãos

Escavam a terra

Um fio de água pinga de meus imundos dedos

Larvas hediondas refugiam-se em meu inerte corpo

Cerrados estão os meus lábios

Ó boca maldita, por que não se abre mais em flor?

Onde estão as palavras que não mais pronuncio?

Repetitivas batidas ecoam no vazio

De repente uma altaneira luz ressurge

Ruborizadas, hirtas, desconexas as faces se agitam

E o corpo ainda vivo

Salta da cova ainda quente!

Nota da Recantista: interação ao inteligentíssimo poema " Eu incomodo a lua" da nobre lavra da eminente poetisa Tania Meneses publicado aos dezesseis de maio de dois mil e treze neste espaço...

Que JESUS te abençoe para sempre, Tania!

Ivone Maria Rocha Garcia
Enviado por Ivone Maria Rocha Garcia em 23/11/2013
Reeditado em 02/01/2017
Código do texto: T4583745
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