Roupa Surrada

No espelho vejo o riso,

Que finge ser quem não é,

A roupa surrada encobre,

A vergonha que veste de fé.

Na mesa tem o silêncio,

De quem finge que tudo vai bem,

O sonho se esconde na bolsa,

E a lágrima, ninguém vê também.

Subo o morro com o peso,

De ser menos do que pareço,

O preconceito me esmaga,

Rosto marcado pelo avesso.

No olhar de quem me encara,

Vejo a sentença apressada,

A vergonha que eu carrego,

É minha cruz disfarçada.

Fernando de Fidenza
Enviado por Fernando de Fidenza em 08/11/2024
Código do texto: T8192013
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