Fio Curto
Tem dias que a conta encurta,
O bolso já sente o corte,
A noite não traz descanso,
Quem sonha, sonha mais forte.
A feira virou pesadelo,
E a fome calou o peito,
Tem medo de olhar a conta,
E o saldo cair sem jeito.
A fome que não tem nome,
Esconde-se na dispensa,
No prato só sobrou a lágrima,
Silêncio de quem não pensa.
No fio curto da vida,
Se o dinheiro não dá pro mês,
É batalha de todo dia,
Guerreiro, mas sem altivez.