SOL E SOMBRA
No começo do dia
Sol e Sombra
Amigos-irmãos
Os dois, andando
Lado com lado
Um com o outro
Por todo lado
Sempre, dia a dia
Seguindo
Um ao par do outro
O sol
Olhando do alto
A sombra
Olhando de baixo —
Uma certa vez
Pela tarde
Ao vies
O sol cai no poente
Que lhe é morada
Distraído
(De tanto para cima
A olhar)
A sombra
Perde o caminho
E na cova cai
No dia imediato
O sol se eleva ao alto
E vai andando —
A sombra
Sempre na cova
— Caído
(Mas amigo assim
Que não puxa amigo
Para que serve?)
Tomada pela revolta
A sombra resolveu
Expulsar o sol
A cada dia
Mergulhando
O mundo em uma
Escuridão
Que a refletia
Assim, deu-se
O nascimento
Da noite
Embora por vezes
Com um luar
Em lembrança
Do Sol
Outrora
Amigo-irmão.
Este poema não é tradicional. É uma criação original do autor.
Redigido em Kimbundu.
Tradução portuguesa do autor.