Só Deus sabe como está o pulmão e a mente do palhaço!
Versos e conversas, mentes ausentes e quadradas
Universos avessos, rimas cheias e metrificadas
Conheço e desconheço, identidade ilimitada
Sumo e apareço, renovado com a alma lavada
Fumaça, desgraça, negligência não tem graça
Amazonense abandonado rodeado de ameaça
O rio secando, nas beiras as carcaças
Até quem tem teto de vidro, dê pedrada na vidraça!
Não tá pra gracinha quem não tem peito de aço
Só deus sabe como tá o pulmão e a mente do palhaço
A mente cozinhando até debaixo do mormaço
E o pulmão enfraquecido reclamando de cansaço
Manaus perecendo como se não fosse nada
E a gente mais uma vez internada e sufocada
Amazonas em prantos, terra invisibilizada
A mídia segue em silêncio, deve estar amordaçada.
Cidade esfumaçada, não dá pra ver o céu
Queria que fosse um exagero, ou um grande escarcéu
Amazônia devastada, amargando como o fel
Vereadores preocupados com o Estado de Israel
Deve ser alucinação, ou estado de insônia
Exploração em massa desde o Brasil colônia
Pra falar de preservação adoram fazer cerimônia
Dizem defender a gente, mas de costas pra Amazônia.