O OUTRO LADO DO POEMA
Senhores, não quero falar de Baudelaire
Quero citar Rojefferson de Moraes
Expor as injustiças sociais
O caos na periferia
Os loucos marginais!
Senhores, eu cansei do catedrático lirismo
Dos padrões clássicos eruditos
Quero falar das palafitas
E da podridão dos igarapés
Chega de metafísica!
No meu país tem fome
Na minha cidade desemprego
No meu bairro crimes
Na minha rua morte
Todos os dias morrem sonhos
Todos os dias morrem esperanças
Todos os dias morre o amor
O dia virou morte, Senhores!