O Motim - Capítulo 1 - Parte IV
Os sonhos habitam as crianças
sejam brancas, amarelas, pretas...
e em voos como os de borboletas
mostram tão breves, as esperanças
Tendo o luar como meu teto
Sono noturno pode ser a morte
Varar as ruas era meu esporte
sob o luar sou menos abjeto
Certa noite ia comigo a solidão
a um lixão, buscar comida boa
refrescava-me uma gentil garoa
quando um livro abriu meu coração
Aberto, ele estava a me mostrar
as maravilhas que um povo construiu
um velho sábio me olhando, sorriu
e passou, do Egito, a me contar
Falou-me dos ritos, deuses e crenças
das guerras e de como pretendiam
chegar aos céuas, quando, enfim, se iam
escalando suas tumbas imensas