No Pó das Minas (aos algozes dos povos naturais)
Você tirou a minha infância
Minha capacidade de dor
E não importa onde eu for
Só há fedor e não fragrância
Você tirou a importância
De todo poema de amor
Vulgarizou-nos o horror
Do culto vil à ignorância
E agora, o que nos resta
Senão cinzas e ruínas
E na alma do país, infesta
A praga torpe das chacinas
Do bravo índio e sua floresta
Que se esvaecem no pó das minas