NÃO ROUBE O POVO

NÃO ROUBE O POVO

Deixe de roubar o povo,
Se podes roubar o banqueiro,
Veja sem fé o tesouro,
Mas salve o povo primeiro.

Não fique sedendo do aço,
Se o oásis sumiu na poeira,
Pois a água é onde me acho,
No convite ao pé da lareira.

Decline do furto das almas,
Que o verso requer solidão,
No dia em busca da calma,
Em que só perdura a ilusão.

Nossa vida requer objetos,
Mas sonhar é algo tão mais,
Que o vento será de concreto,
Se o cânion não finda jamais.

Pela vida não mastigue ouro,
Pois quebra o osso dentário,
E veja o que nutre no soro,
Porque tudo é um imaginário.

Para ser feliz não precisa,
Tomar o suor dos compadres,
Pois tudo só se realiza,
Na benção que surge dos lares.

Não seja uma fera maldita,
Contente-se com a humildade,
Pois não adianta o que grita,
Se respeito é a melhor verdade.

De que adianta a luxúria,
Se a cova convida a idade,
Que se antecipa na fúria,
De quem só bandida a cidade.