Uivo
Noite de
Lua cheia,
O uivo do
Lobo ecoa
Pelas ruas
Escuras.
Adentra o
Cômodo fechado,
Pelas fretas das
Persianas,
Embalando a
Mente desperta
Pela insônia.
Se fosse de
Uma alcateia,
Poderia morrer
Por uma causa
Mais nobre.
Espera apenas
A medicação
De esmola
Em uma fila
Que se forma antes
Do sol nascer.
Rasteja, quase
De quatro, mas
Sem a desenvoltura
Lupina, apenas
Carregando o
Fardo de existir.
Humano,
Demasiado,
Humano.
Mais um entre
Tantos,
Descartável,
Desprezível.
Não era um
Lobo, somente
Um vira-lata na
Sarjeta, um
Outro,
Qualquer.