Semáforo
Semáforo fechado,
Luz vermelha radiante.
Som de batida
No vidro do meu
Carro popular.
Vejo o garoto
De arma em
Punho.
Abro o vidro,
Passo o celular.
Mesmo assim recebo
O tiro, atingindo pelo
Impacto do projétil.
Não reclamo,
Aceito a dor,
Vendo o sangue
Tingir minha camisa
Branca engomada.
A camisa está vermelha,
O semáforo está verde,
Mas continuo sem me
Movimentar.
Sempre me perguntei
A respeito da minha
Responsabilidade diante
Do mundo.
Agora entendo,
Aceito o tiro,
Acolho a bala.
A morte põe fim à
Angústia, enquanto o
Mundo, continua a
Sangrar.