(BAR)GANTE
E há os que ficam
Dentro do bar
Apenas descansando os fardos
E há os sem nenhuma messe
Sem nenhuma graça
Não são de nenhuma espécie
E há os que quando cantam
Calam a graça
E não há nada que se faça
E há as que dançam
E de tanto levar coiçadas
Desnudam-se para alcançar graça
E há o som da humanidade. Grito
Dos que clamam na noite
Prevendo ao certo, tempestade
E há as amigas - que querem de mim
Mais que meu tempo e meus cigarros
Deixo a mão pensar no que pode e não pode
Amiga - Que quer de nós a vida?
Não basta a cada um
Seu próprio um?
Amiga II- Que pássaro nos pode superar
Se voarmos ao céu cego do sexo?
E se libertarmos desejos inesperados?
Entre ventres e coxas,
A vida queima em um cinzeiro.
Há um pranto exercitando-se em volta.
Mais doses de Cognac
Nada de Antárdida degelo
Mãos deslisam nádegas, muco nos dedos
Som sentido, dançamos
Guitarra aguda, fina
Quebra a noite em duas
Bebo a saideira!
Aos nossos frágeis desejos,
Ao final infeliz do nosso único beijo.
Um bêbado caiu na rua
Ninguém viu
Pensa que não caiu.
(Tenho que parar com isso...!)
T@CITO/XANADU