(BAR)GANTE

E há os que ficam

Dentro do bar

Apenas descansando os fardos

E há os sem nenhuma messe

Sem nenhuma graça

Não são de nenhuma espécie

E há os que quando cantam

Calam a graça

E não há nada que se faça

E há as que dançam

E de tanto levar coiçadas

Desnudam-se para alcançar graça

E há o som da humanidade. Grito

Dos que clamam na noite

Prevendo ao certo, tempestade

E há as amigas - que querem de mim

Mais que meu tempo e meus cigarros

Deixo a mão pensar no que pode e não pode

Amiga - Que quer de nós a vida?

Não basta a cada um

Seu próprio um?

Amiga II- Que pássaro nos pode superar

Se voarmos ao céu cego do sexo?

E se libertarmos desejos inesperados?

Entre ventres e coxas,

A vida queima em um cinzeiro.

Há um pranto exercitando-se em volta.

Mais doses de Cognac

Nada de Antárdida degelo

Mãos deslisam nádegas, muco nos dedos

Som sentido, dançamos

Guitarra aguda, fina

Quebra a noite em duas

Bebo a saideira!

Aos nossos frágeis desejos,

Ao final infeliz do nosso único beijo.

Um bêbado caiu na rua

Ninguém viu

Pensa que não caiu.

(Tenho que parar com isso...!)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 18/05/2020
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