A VIOLÊNCIA CONTRA O MORADOR DE RUA

O homem acusado de ser mau

De ser o único a matar seu semelhante

É entretanto colocado diante

Da vida, delicada e frágil nau...

Vulnerável, a morte ronda-o, qual

Hiena, e o ambiente circundante

Maltrata-o, fere-o, vence-o num instante

Seja o aço, o cimento, a água, ou pau!

Carne e osso! Apodrece e parte, fácil

E aquilo que por vezes é tão grácil

Não passa de uma fonte de recalques!

E o pobre e fraco ser, sempre ameaçado

Transfere para o próximo o recado

de doença e agressão e os seus desfalques.

Revela-te, se tens coragem, abre os claros

Da nossa mente viva, acende os almenaros

Que nos livrem do medo e da escuridão!

Erros que me fizeram cruel, querendo

Ser puro e nisso até piamente crendo

Causando sofrimento ao dar amor.

Somos vis.

Como tantos de nossos conhecidos

e não conhecidos.

Que negam peremptoriamente

Somos, notoriamente,

Vis.

(Qual violência você já cometeu?)

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 16/04/2020
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