[A hora mais escura]

Está é a hora mais escura,

É a lama, no fundo do poço.

A mão tremula do atirador...

O medo da incerteza

Solto no ar.

Esse é o momento

Que não cabe no calendário.

É o silêncio...

Que se faz, quando todas as máscaras caem!

É quando a venda, era apenas fantasia

E a justiça...

Já estava há muito tempo corrompida.

A mancha que não sai corpo,

É o medo,

É o medo do povo...

Essa é a hora que os discursos bonitos desmoronam,

São os pés de barro, dos falsos arautos,

Manchando de sangue as sobras da dignidade.

Essa é a solidão da fé,

É o sussurro quem ninguém ouve...

Reféns, um país mantido em cativeiro.

Esse é o momento do passo em falso,

Do desiquilíbrio constante.

Aonde o poder encontra

Em certas cascas,

O dinheiro como amante.

É quando a razão vira loucura,

Um título e uma caneta

Tem mais poder que um ditadura!

Essa é a hora mais escura

Aonde as sombras ganham formas,

Quando o vazio se torna cheio...

E nada mais surpreende o desespero.

Pablo Danielli