[Urubus]

Os urubus estão à espera...

Sentem o cheiro do medo,

Observam de cima o sofrimento.

Na miséria que vira rotina,

Na rotina que contamina.

Os urubus sempre parecem distantes

Gostam quando tudo está calmo.

Os urubus, sobrevoam Brasília!

Atrás da carniça...

Que hoje são restos de poder,

Disfarçados de propina.

Longe dos olhares do povo,

Distante da realidade.

Hoje! Essas aves, são senhores do estado!

As penas pretas,

Como um manto, escondem seu caráter...

Suas garras sempre sujas...

Seus olhares atentos,

Não são capazes de esconder o cheiro...

Reis, em um país de miseráveis.

Pássaros! Que não largam velhos hábitos.

Os urubus contemporâneos são vaidosos!

Gostam de palavras bonitas, ego inflado, exclusividade,

Sala reservada, caviar, vinhos caros.

Aves sujas, com gostos sofisticados!

Urubus, urubus, urubus...

De cabeça vermelha, de cabeça preta...

Ou até mesmo brancos!

A cada bater de asas

A podridão é revelada!

Entre tantas excentricidades

Ter o povo, como escravo...

Pablo Danielli