SERTÃO DA GOTA D'ÁGUA

Ela se sentia tão fatigada e solitária;

Não desejava mais lutar...

Lutar pelas causas sociais;

Das quais faziam parte do seu caminhar;

Sentia-se perene meio ao caos!

Sua lágrimas, seus pés sangrentos. vida!

Vida que estava arraigada;

Pela sua trajetória de vida...

E olhava o tempo...tempo!

Estava ela no mesmo lugar;

As dores intensas da fadiga;

Não davam para ela um lugar;

Estava tão cansada de tanto olhar;

Que em seu redor;

Não tinha mais tempo de olhar...

Sua vida em moinhos de vento;

Banho de lua num sertão tardio;

Inebriante despertar, sentinela!

Rodava e girava a morte;

No tempo e o vento;

Pensava ela solitária;

Prelúdio de um novo começar...

Sentada, noa cadeira, no alto, orar...

Orar? Nunca ela pensara!

Pedia sossego nas entranhas;

da su'alma em dor;

Tristeza solitária;

de uma vida questionada;

paralisada no doce amargor;

Do fel de seus lábios;

Comento milho e farinha d'água;

Num sertão à beira rio, seco!

Gélido despertar em mente;

Fadiga tão expressiva;

De um olhar sorrindo para o alto;

Sm que pudesse ela ao menos sorrir;

Falar das belas conquistas atemporal;

Ela precisava apenas musicalizar;

Sangue! Dor! suor! Ardor!

Sofrimentos...Pelas lutas inglórias mil;

Mas ela não conseguia;

Conduzir sua própria vida;

No doce que cozinhava;

Em bainho-maria estava;

Para um novo dia chegar;

Tudo recomeçar...de novo!

De, de repentemente, ela...

Ouvia, o repente!

Um sinal de dia;

Uma noite, outro dia;

Carcará a voar!

Roda gira a sorte;

E a morte na terra seca, barro!

Estrada de sol;

Um novo, velho dia...

Suas ações não conduziam-na;

Mas ela sempre prescindia;

O amargor d'água;

Na boca que um dia falara:

"Eu quero mudar a sociedade...!"

Volta ao seu lugar;

Não pensa, nem fala, nem o repente...

Ela poe-se, no passado, presente do futuro...

Gira tudo em Maria.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 19/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6699283
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