Guerras de Gerações

Como passarinho, cantando e sorrindo, estava Tereza

Toda serelepe, feliz da vida, vida boa agora

João tinha chegado da roça,

Viera pra ficar uns dias, antes de retornar ao trabalho.

Trabalhava longe de casa e ficava muito tempo fora,

Tempo demais para Tereza.

Mas agora, recebera uns dias de folga do patrão, o patrãozinho

Novo dono.

O pai do patrãozinho tinha morrido há uns meses,

Que Deus o tenha,

E Tereza, mesmo receosa de castigo divino,

Ousava ficar feliz pela morte do homem

Patrão velho era homem das antigas, rústico, bruto, nada estudado.

Tratava todo mundo em duas categorias: ricos e ralé,

E isso significava tratar bem os granfinos e como cachorro os empregados.

Tereza não gostava nem um pouco dele: havia trabalhado de lavadeira na casa grande.

Mas o filho, estudado na capital era diferente,

Educado, generoso, justo,

Puxara a mãe, coisa que o pai detestava,

Mas não tinha o que fazer, seu filho predileto, primogênito,

Morrera num acidente

...

Marta Almeida: 23/05/2019