AVENTURADOS

Quando eu mais precisei jogaram-me lama e não sujei-me

Fiquem manchado pela dor e nunca reclamei do odor

Hoje sou vida que não podem alcançar-me

Porque vós denuncies os dias e as horas que estão marcadas

Nas vielas em poeiras, becos encharcado de lixo

Onde cães não lambem os vossos passos e nem contaminam-se com restos

Por serem vós o grito angustiado das neves em socorro

Abafada pela tênue tortura de porta fechada

Vós sois vítimas da solidão

Vós sois os ladrões das consciência puras

Que nem Santo Antônio suporta

Na capela da senhora

Da igreja matriz

Mulheres de sombras

Perdidas!