NOEL ROSA (POESIA)

NOEL ROSA (POESIA)

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Das badalações malandras ou boêmias das ruas de Vila Isabel,

De uma classe média da Medicina veio este compositor a despontar,

Era andarilho pelas rodas de samba com o seu branco no chapéu,

As letras completando as frases as canções que ele veio a criar.

Transeuntes como de contextos, e como de todo conhecido bordel,

A Wilson Batista compositor de nível a quem foi amigável lidar,

Moças encantadoras vítimas dos seus cortejos como bedel;

Morros dos sambistas redutos lugares deles a fazer reinar.

A uma estrela Dalva que no alto brilha resplandecente no infinito céu.

Violão que toca retocando as lágrimas escondidas da solidão,

Pinturas pingentes dos desenhos esboçados pelo malabarismo de um pincel,

Pandeiros, Maracás, chocalhos acompanhados a batida de marcação.

Dos cassinos como da Urca ao Café Nice da boemia a relampejar,

Rua da Carioca berço dos violões com arpejos expostos ao Léo,

Cinelândia com as suas esculturas memoriais em um suspenso andar,

Restaurantes lotados com os seus recheios aperitivos como de um apetitoso pastel.

Indo a conviver no bairro do Estácio para as suas vontades a aproximar,

Componentes dos sambas as hospedagens de algum motel ou hotel,

Madrugadas encantadas com o seu constante cigarro a fumar,

Bates papos ou conversas de botequins dos falantes, ouvinte representante réu.

Do café com leite destacado mais que qualquer outro lugar,

Várias mulheres protuberantes a um bailado a tonalidade corcel,

Namorados pelos bancos das praças a olhar a luz intensa do luar,

Noivas que sobre os seus rostos no casamento é coberto por um véu.

Queixo defeituoso a beleza que a natureza perfeita foi a lhe dar,

Joias como de colares, pulseira, gargantilha, aliança ou anel,

Tisico a doença que a levou a uma enfermaria a se internar,

Bêbados dos bares a esvaziar a sua solidão a dose de casa tonel.

Da Pavuna pelo apito da fábrica a hora exata pra tocar,

Patentes dos tenentes as ordens de comando de um coronel,

A uma moça das mais bonitas atraentes pelo seu sensato observar,

Felicitações que colorem a vida sobrepondo as amarguras no sabor de um fel.

Compositores dos morros urbanos a roda com os violões a dedilhar,

Cadetes as contingências da integridade respeitada à regra de um quartel,

Chibatas que fez um pelotão insatisfeito a se revoltar,

As picadas das abelhas a quem vai a sua colmeia retirar o precioso mel.

De um Rio de janeiro Capital Federal cartão postal a elucidar,

Luzes dos postes com lâmpadas iluminando as composições em um papel,

Rio Comprido, Andaraí até a Tijuca passando pela distante Boulevard;

Perpetuando o Bairro do Estácio como que de Vila Isabel.

Um lugar ao sol das rodas de samba para os sambistas a se encontrar,

Dentre eles diversos nomes preciosos às músicas como poesias ou prosas,

Dançarinos e dançarinas com as suas pernadas que fazem ao outro a derrubar,

A uma ginga das mais consagradoras como valente a luz condecorosa.

Rua Teodoro da Silva, 130, da sua inteligência a inspiração poderosa,

Da medicina a malandragem do samba homenageando a Noel Rosa.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 01/04/2019
Código do texto: T6612860
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