O gosto do tempo
De tudo quanto não chove,
e esse ar me conta
do que mata, do que sonha
desfazer,
um verso
se me redesenha
aos traços imperfeitos -
e nos braços dos barrancos,
não se engane, eu me deleito!
Se a noite já não me apanha
com as suas tranças perfeitas
é que atrelada às estrelas,
desde criança,
eu conheço as manhas
da sua beleza.
(Não me chama...
Não me chama!
Hoje eu sou do encantamento
de outra ave
e natureza.)
O riso no gosto do tempo,
a liberdade
e o sentimento
de me pertencer!
O dia
singrando por dentro
é chuva nutrindo,
mantendo
o verso maior
em que eu quero viver.
Célia de Lima
"Tudo o que move é sagrado” Beto Guedes, Ronaldo Bastos
De tudo quanto não chove,
e esse ar me conta
do que mata, do que sonha
desfazer,
um verso
se me redesenha
aos traços imperfeitos -
e nos braços dos barrancos,
não se engane, eu me deleito!
Se a noite já não me apanha
com as suas tranças perfeitas
é que atrelada às estrelas,
desde criança,
eu conheço as manhas
da sua beleza.
(Não me chama...
Não me chama!
Hoje eu sou do encantamento
de outra ave
e natureza.)
O riso no gosto do tempo,
a liberdade
e o sentimento
de me pertencer!
O dia
singrando por dentro
é chuva nutrindo,
mantendo
o verso maior
em que eu quero viver.
Célia de Lima
"Tudo o que move é sagrado” Beto Guedes, Ronaldo Bastos