[Curtido]

O chicote das palavras,

Escraviza línguas levianas.

Como um véu, cobrem

Os olhos da indiferença.

Jaulas, feitas para a voz ...

Lacradas por correntes

Ideológicas.

As lanternas,

Mesmo em mentes escuras...

Não são capazes de conter o efeito manada.

Joelhos fracos,

Se curvam diante de silabas

Mal escritas.

Todo universo pensante

Se afoga!

Em meias palavras...

Meias verdades...

Vendidas a conta gotas,

Em programas de auditório.

Folhetos baratos

De fim de feira,

Anunciando o ‘intelectual” da semana.

A vaidade, ainda é o centro do universo...

Que como um pendulo,

Lentamente rasga o papel como carne.

Porque a tinta da caneta

Se mistura ao sangue,

Daqueles que sem voz

São reféns,

Dos que se dizem pensantes.

Pablo Danielli