...Porque ainda, sim, é Primavera...

Não me perco
à voz do que se planta
ou se corta.
Acolho a verdade do gesto.
E o grito
do sentido, em mim,
 
é todo à minha pele,
 
luz de arrepio em meu sangue,
borboleta azul nos meus olhos
e nos meus campos,
 
onde o tempo
é o desse sol de dentro,
 
que as minhas aves ouvem,
em que o meu voo crê,
e os meus dias
            vessam
 
para florescer.


Célia de Lima
primavera de 2018





“Tudo o que move é sagrado”  Beto Guedes, Ronaldo Bastos