Planto o verso que colho
Planto o verso que me colhes
Pelas terras que movemos.
Onde insetos, larvas, flores
Têm alma de inverno a inverno.
O verso que me consente,
Ou me cabe, a natureza.
Verso que se me desmente
Ou simplesmente me resta.
Mas se vou à letra pura,
Nas trincheiras da ternura
Que desenhou os nossos rostos,
E esse verso em que me acolho
Irrompe, amado, em teu olho,
Sei que és, que sou. Sei quem somos.