[Sina]
Entre calçadas
Prédios se erguem,
Na mesma velocidade
Que as pessoas se afastam.
Buracos em ruas mal feitas
Que servem apenas para serem preenchidos,
Com demagogias e discursos vazios.
Pseudos intelectuais
Com frases em outdoor...
Liderando a manada
Para lugar nenhum.
Mais do mesmo
Para massagear o ego,
De uma classe que vive de distopias.
Entre o nascer e o pôr do sol
O tempo corre dentro de ônibus lotados,
Mas vazios de esperança.
Monotonia, rotina...
Aflições do dia a dia,
Tolices, de uma vida cretina.
Reféns da estrutura,
Da falta de escolhas.
De oportunidades,
Que nunca aconteceram.
Repetindo orações,
Lagrimas e medo.
O poder muda de mãos
Mas é sempre mais do mesmo.
Nascer, sobreviver e morrer sem se perceber.
Seres descartáveis, discursos para propaganda...
Slogan, debate fútil da semana.
Salvadores da pátria
Não salvam a esperança,
Afoga-se em palavras
Repetidas no espelho.
Tentando se convencer
Ser o dono do poder,
Velhas coroas...
Para novos reis.
A sina...
Não se esconde de olhares
Acostumados a sofrer.
Uma hora, um dia, uma vida...
Pra quem não existe,
Tanto faz, como tanto fez.