À CLASSE OPERÁRIA

Nesta vida de sacrifícios e de muita luta,

Foi que o homem perdeu todo o seu sentido…

De que lhe vale pois a velha e digna labuta,

Se anda neste mundo como que perdido?

Tudo agora é mecanizado e infecundo,

Já não cabe aqui o robusto trabalhador…

E é por isso que mui mal vai este mundo,

À custa do pouco escrupuloso opressor.

Escritórios como olhos vazios de bustos,

Proliferam por todo o lado – e seus patrões,

Mais preocupados com os elevados custos,

Do que com os desgraçados corações,

Das gentes que trabalharam uma vida inteira,

Para ter o futuro assegurado na sua velhice.

Mas o que vai à frente, tomando dianteira,

É toda esta nova e poderosíssima canalhice.

Ah, que eu morra aqui por ti, ó desventurado,

Pois só isso fará sentido de agora em diante!

Trabalha e luta, conforme o bem estipulado –

A todos o régio direito de trabalhar doravante.

Jorge Humberto

31/08/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/09/2007
Código do texto: T633759