Prole de Otários
No cais.
No chão.
Há o mesmo cisco aparente.
Cisco.
Gente.
Cisco-de-gente.
Que nas ruas, passamos rente.
No astrólogo, no cientista, faltam elucidação.
Nas indústrias, peças pecam sem sincronias.
Sinfonia inculta.
Banda de iletrados oculta.
Proletariados.
Prole-De-Otários-Despatriados.
Reclusos sociais.
Pobres infelizes que tanta falta fazem
aos dentes cariados
da engrenagem selvagem.
Que nessa insólita viagem
é a viga-mestra.
Um sistema outrora fabricado
por hipócritas, corruptos e embriagados
pelo poder de tudo mudar.