Como um Sansão sem Cabelos
como um sansão sem cabelos
é assim que me sinto
interpretando as mensagens cifradas da morte
em goles de absinto
no fundo das noites sem astros
traduzindo em arte a má sorte
às vésperas de um mundo já abstrato
sem sul nem norte.
a chuva soca minha cara e judia
o vento agride meus negros cabelos
somente quando a noite clarear o dia
é que esquecerei os ecos sombrios de apelos
martelando na mente
a frase bendita
sou feliz!!!
vou exterminar os ratos do medo
de meus porões mentais
quero ver o sol nascer mais cedo
e ler todas as manchetes dos jornais
quero tudo e de graça
respostas prá meus anseios
vivendo a vida na raça
recitando versos que não leio
vou regando meu coração
para que a semente nasça
quero ser a água cristalina do vêio
quem souber fazer que o faça
da nova geração
serei o esteio