Deus, onde estás vós que não ouves minhas preces?
Não te importas com o clamor de minh'alma impenitente?
Grito por aqueles dos quais escondeste o rosto luminoso
Atirados nas ruas frias, com os olhos ao céu, inclementes.
Não sentes a dor destes que se chamam por teus filhos?
Vagantes, moribundos, flagelados de corpos doentes
Suas orações são sangue e lágrimas, em desespero
Tu, a única esperança de seus espíritos.Te fazes indiferente?
Peco eu em meus versos insurretos e cheios de inquirições?
Por ventura me aguarda a eternidade nos covis dos infernos?
Porque sinto a angústia dos rebentos teus, que já não sentes?!
E que inferno é este que impuseste para as almas vis?
Se de abismos já se consome o homem nesta terra seca!
Ah, Deus, este povo já se consome em miséria ardente.
Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)
Não te importas com o clamor de minh'alma impenitente?
Grito por aqueles dos quais escondeste o rosto luminoso
Atirados nas ruas frias, com os olhos ao céu, inclementes.
Não sentes a dor destes que se chamam por teus filhos?
Vagantes, moribundos, flagelados de corpos doentes
Suas orações são sangue e lágrimas, em desespero
Tu, a única esperança de seus espíritos.Te fazes indiferente?
Peco eu em meus versos insurretos e cheios de inquirições?
Por ventura me aguarda a eternidade nos covis dos infernos?
Porque sinto a angústia dos rebentos teus, que já não sentes?!
E que inferno é este que impuseste para as almas vis?
Se de abismos já se consome o homem nesta terra seca!
Ah, Deus, este povo já se consome em miséria ardente.
Anna Corvo
(Heterônimo de Elisa Salles)