Cala

Cala na palavra escrita,

Reticências seguidas...

Abre a boca e não fala,

Língua ingrata do outro,

Tão outrem que dá desgosto,

No gosto amargo que engasga.

Oraliza nos olhos teus,

Vislumbrando o reflexo

Opaco de um túmulo

Feito ateneu.

Beijo de palha seca,

No celeiro escondido,

Da memória varrida,

Pra debaixo da cerca.

Cale-se antes que o Cálice,

Derrame o vinho tinto de sangue.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 20/04/2017
Código do texto: T5976622
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