Cala
Cala na palavra escrita,
Reticências seguidas...
Abre a boca e não fala,
Língua ingrata do outro,
Tão outrem que dá desgosto,
No gosto amargo que engasga.
Oraliza nos olhos teus,
Vislumbrando o reflexo
Opaco de um túmulo
Feito ateneu.
Beijo de palha seca,
No celeiro escondido,
Da memória varrida,
Pra debaixo da cerca.
Cale-se antes que o Cálice,
Derrame o vinho tinto de sangue.