SEM CAMINHO
Também ante meus pés uma pedra,
Atirada no meio da luz.
Pedra surpresa para o impreciso da falta,
arestas agudas, cor baça
e mal lapidada,
dada a meus olhos pedintes
de clara água perfumada.
Depois de lavada, passada,
pendurada no varal de minhas vísceras,
fulge qual falso brilhante
que se quebra e se recompõe,
sem cola, sem costura,
sem amálgama, amarga.
Solda nula que tarde arde
e nada no rio do nada.
E na pedra a inscrição cifrada
nas mãos da esfinge ridente,
engolidora de aplausos e gente!