SEM CAMINHO

Também ante meus pés uma pedra,

Atirada no meio da luz.

Pedra surpresa para o impreciso da falta,

arestas agudas, cor baça

e mal lapidada,

dada a meus olhos pedintes

de clara água perfumada.

Depois de lavada, passada,

pendurada no varal de minhas vísceras,

fulge qual falso brilhante

que se quebra e se recompõe,

sem cola, sem costura,

sem amálgama, amarga.

Solda nula que tarde arde

e nada no rio do nada.

E na pedra a inscrição cifrada

nas mãos da esfinge ridente,

engolidora de aplausos e gente!

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 15/12/2016
Reeditado em 22/01/2020
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