Poesia urbana
Que nasce dos esgotos,
Sarjetas entupidas de indigentes.
Que pensa ser gente...
Que sonha em ser a gente.
Prédios feitos de pecados,
Indiferenças...
Corpos que não votam,
Não servem para propaganda.
Entre um passo e outro,
Esmola, para salvar a alma...
Podre, com a lama do dia a dia.
Pessoas que fingem não ver,
Insistem em fingir...
Que elas próprias existem.
A cidade é silêncio!
A cidade é a musica!
A cidade é a alma!
Daqueles que nada tem,
Há não ser o vazio,
Que se preenche com o ego.
Um pedaço de pão e concreto.