IDA SEM VOLTA

Primeiro não resisti as placas

Quando iniciei no processo

E mesmo sendo de vez em quando, comecei a gostar.

Então se tornaram insuficientes e eu queria algo mais forte.

Foi quando entrei de corpo e alma no folheto

Era um por dia e todos os dias

Até não ter mais para usar

Repeti alguns algumas vezes

E não consegui mais parar

Passei então para o Tex

E a essa altura era impossível controlar

Então descobri algo mais intenso

Provei do amado, machado, Euclides, Graciliano e até fiz uso dos anjos, do rosa, do cascudo e tantos e tantos.

Depois disso sentia que não era o mesmo, algo em mim mudara.

Ai fui mais fundo e mergulhei em Freire, pronto, agora nada do que foi permanecia

Mas, a necessidade só aumentava, tornei-me dependente.

Minha mente e meus olhos imploravam.

Busquei algo do além-mar, e foi extremamente alucinante provar Pessoa, Florbela, Camões.

E quando nada disso conseguia mais manter meu êxtase, inovei com Homero, Sófocles, Alighieri, Shakespeare e mais e mais.

Porém quase tenho uma overdose no contato com Platão e Nietzsche.

Hoje vejo o quanto isso é um mundo sem volta

Por isso torço para que as placas iniciem outras crianças

Lino Sapo
Enviado por Lino Sapo em 11/05/2015
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