IDA SEM VOLTA
Primeiro não resisti as placas
Quando iniciei no processo
E mesmo sendo de vez em quando, comecei a gostar.
Então se tornaram insuficientes e eu queria algo mais forte.
Foi quando entrei de corpo e alma no folheto
Era um por dia e todos os dias
Até não ter mais para usar
Repeti alguns algumas vezes
E não consegui mais parar
Passei então para o Tex
E a essa altura era impossível controlar
Então descobri algo mais intenso
Provei do amado, machado, Euclides, Graciliano e até fiz uso dos anjos, do rosa, do cascudo e tantos e tantos.
Depois disso sentia que não era o mesmo, algo em mim mudara.
Ai fui mais fundo e mergulhei em Freire, pronto, agora nada do que foi permanecia
Mas, a necessidade só aumentava, tornei-me dependente.
Minha mente e meus olhos imploravam.
Busquei algo do além-mar, e foi extremamente alucinante provar Pessoa, Florbela, Camões.
E quando nada disso conseguia mais manter meu êxtase, inovei com Homero, Sófocles, Alighieri, Shakespeare e mais e mais.
Porém quase tenho uma overdose no contato com Platão e Nietzsche.
Hoje vejo o quanto isso é um mundo sem volta
Por isso torço para que as placas iniciem outras crianças