Algozes do medo
Suas almas consideradas matáveis pela ignorância
agonizam, vítimas do julgar
esperneiam, pelo não-esquecimento
atormentadas, pelas fortes luzes dos falsos holofotes
A espetacularização do seu penar
é o combustível de um ódio em stand by
traduz a mesquinhez midiática
escancara contradições
Suas almas outrora esquecidas
hoje alimentam a fome dos abutres
causam o fastio dos incrédulos
viram papéis no mercado da especulação preconceituosa
Mas, quem eram eles?
miseráveis de almas moribundas, diria a mesa de bar
os algozes do povo de bem, dizem os amplificadores do desconhecimento
ou os impedidos de ver os horizontes, diz o bom senso
O peso dos estereótipos corcunda o olhar humanista
dá as mãos à mentira genocida
enterra dignidades numa vala comum
Mas, quem eram eles?
almas matáveis em que a morte só deu
nos jornais que só quem é pobre leu