RELÓGIO

RELÓGIO 301.119

A luz da noite caiu sobre as casas.

Ninguém enxerga a lua se movendo.

Todos sabem onde está a mansão.

Ninguém sabe onde está o barracão.

A lua da noite foge, como a lebre

foge da saga do homem caçador,

que foge da saga da pura verdade,

buscando refúgio jamais num casebre.

A luz do sol volta bem inibida,

ninguém a nota, talvez por ser intensa.

Mas por quê ninguém pensa

que a luz clareia onde haja lida?

Todo mundo sabe que a luz retira

da escuridão os direitos da mentira:

E o homem compra uma soberba mansão

onde caiba bem mais de sua ilusão!

Sorocaba, aos trinta dias do mês de novembro do ano de 2014.